quarta-feira, 14 de outubro de 2009

XX

Roda, roda,
Não esperas por mim
A noite já vai longa para ti
Ainda que ao meu céu a lua ainda não tenha chegado
Não há perfeição neste momento
Ou é mesmo este desencontro
A maior das perfeições que alguém poderia imaginar
A alegria ou a tristeza saber-se-ão depois, mais tarde,
Qual das duas foi sentida ou até as duas sucessivamente
Ou mesmo confusas, se é que assim algum dia as poderemos perceber.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Segurança

Sou um todo, num instante,
uma palavra em cada letra pronunciada.
A imensidão de sentidos chega a assemelhar-se a barulho, irritante e desmedido, que quebra todos os limites da paciência mais serena.
Ainda assim, consigo silêncios quase desertos de pensamentos e até de imagens
Quase num segundo a perfeição de toda uma vida
Ou simplesmente a ânsia de um dia o conseguir
Só eu, comigo mesmo, sentado num longo banco de jardim
Imaginando um longo mar à minha frente inspirando-me, em tons salgados e salubres,
As mais certas e ausentes certezas

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Bem-vindo

Uma palavra de boas vindas para ti que hoje visitas a minha casa. O que melhor te posso desejar é que te sintas em casa, confortável e seguro. Afinal de contas, são estas duas qualidades que normalmente se atribui à casa. Neste sentido, as paredes, a decoração, o aroma e mesmo a arrumação, que são, no fundo, aquilo que logo percepcionamos quando entramos num átrio de uma casa, cedem perante um espírito ou uma mística que se cria.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"VIII"

Confio plenamente na luz que me guia

Ainda que as minhas palavras ecoem na escuridão

O passo que dou é certo no incerto

E seguro naquilo que não posso conhecer

Com os olhos fechados e mãos perdidas

Repito avidamente o meu canto

Confio na luz que orienta os meus passos

E nas mãos que me embalam no caminho

Sinto a brisa suave a pairar no túnel que percorro

Vinda de todas as direcções

Não bato nas paredes nem tropeço nas pedras deixadas

Afinal ainda não saí de casa